sexta-feira, 30 de agosto de 2013

Meu primeiro livro por escolha própria

Meu primeiro livro por escolha própria

A minha primeira experiência com leitura aconteceu  na casa de minha avó, lá pelo inicio dos anos oitenta. Eu e meus irmãos passávamos as férias de verão na casa de minha avó em Minas Gerais, e foi lá que li o meu primeiro livro que não tinha fazia parte do meu currículo escolar.
Eu estava aliviada por estar de férias e não ter lição de casa, resumos, muito menos leituras ou redações para fazer. Meus primos quando falavam em brincar de escolinha, eu era a primeira a dizer que não. Eu tinha 13 anos, e estava na 7º série do antigo ginasial, naquele tempo eu já tinha uma quedinha por exatas, e não queria nem ouvir falar em leitura, muito menos em redação.
Sem que me desse, conta, estava na sala da casa de minha avó, sozinha, pois não queria nenhum tipo de brincadeira que envolvesse esporte ou escola, quando vi um livro caído no sofá, o que me chamou a atenção foi o título “Admirável Mundo Novo”, eu conhecia a música “Admirável gado novo” pela voz de Zé Ramalho. Achei muito estranho e resolvi abrir e ver se era igual  a música, li a primeira página, li de novo, e de novo, e de novo, joguei o livro no sofá, acho que outra pessoa já tinha feito isso também.
Eu não entendia uma palavra daquele livro, nada fazia sentido, não conseguia fazer nenhuma ligação com qualquer leitura que tinha feito anteriormente. Peguei o livro de novo, e depois de horas, não tinha chegado a página dez ainda.
Depois de vários dias, eu ainda não entendia aquele maldito livro que falava de um futuro onde as pessoas eram copias organizadas de acordo com uma classe de inteligência, onde não havia família nem religião e elas ainda eram felizes porque tomavam uma espécie de droga.
Só depois de muito tempo e muita leitura e muita conversa com a minha professora de ciências (que também já tinha lido o livro) pude entender que se tratava de uma ficção onde o contraste entre o tradicional e o mundo científico era traçado por um personagem que nasce da clonagem, mas por um “defeito de fabricação”, contesta a sociedade em que vive.

Talvez pelo tema ou pela circunstância que o livro chegou até mim, descobri o meu lado curioso e investigativo. E tenho certeza alguma coisa mudou em mim.

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